Falha humana e visibilidade ruim levaram à queda de helicóptero com noiva, diz delegado

O delegado Albano Fernandes, que coordena todas as delegacias da Polícia Civil na Grande São Paulo, acredita que a queda de um helicóptero em São Lourenço da Serra no domingo (4) deve-se a falha humana e péssimas condições de visibilidade.

Quatro pessoas morreram no acidente. Entre elas, está a noiva Rosemeire Nascimento Silva, o irmão dela, Silvano Nascimento da Silva, o piloto e uma fotógrafa. O helicóptero Robinson 44 estava a caminho de uma chácara onde a festa de casamento seria realizada.

Segundo o delegado, algumas testemunhas relataram para a polícia que a aeronave ficou presa nas nuvens baixas. Não andava para frente, nem para trás. Também não encontrava saída pelos lados.

O piloto, segundo os depoimentos, tentou fazer várias manobras para escapar da falta de visibilidade e encontrar um local para pousar. Ainda segundo testemunhas, foi numa destas manobras que a cauda do helicóptero bateu no topo de uma araucária, que é uma árvore típica de regiões de serra. O piloto perdeu o controle, o helicóptero caiu e todos a bordo morreram.

A Polícia Civil espera os laudos do Instituto Médico Legal (IML), da perícia da aeronave e da Aeronáutica para concluir a investigação.

Nesta segunda-feira (5), o delegado de São Lourenço da Serra, Flávio Luís Teixeira, já havia falado sobre a possibilidade de a aeronave ter batido em uma árvore. Ele também falou que "as condições do tempo na hora podem ter sido determinantes". "Pelo que ouvimos das pessoas que moram próximas, chovia e estava nublado e com neblina no hora da queda", disse. Testemunhas da queda prestaram depoimento na delegacia da cidade.

Um inquérito foi instaurado como homicídio culposo, para apurar se houve imprudência, negligência ou imperícia envolvidas no acidente. O helicóptero partiu do hangar da empresa HCS Taxi Aéreo, que é proprietária da aeronave, em Osasco.

Vítimas Rosemeire tinha o sonho de chegar ao seu casamento de helicóptero, segundo o dono do buffet e responsável pela organização da festa, Carlos Eduardo Batista.

Na manhã desta terça-feira (6), a fotógrafa Nayla Cristina foi enterrada em Itapecerica da Serra. O piloto do helicóptero, Peterson Pinheiro, foi enterrado em Suzano, também na Grande São Paulo.

Aeronáutica investiga O major Caio Batalha, investigador do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 4), afirma que as copas das árvores do local onde o helicóptero caiu estão quebradas, o que indicaria que as hélices da aeronave colidiram com as árvores.

"Eu não posso afirmar que caiu por causa disso, todos os fatores contribuintes serão analisados mas a copa das árvores estão quebradas. Pode ser que as copas se quebraram como causa ou consequência da queda. Ou as hélices se bateram e caiu ou se chocou por causa da queda. Tiramos fotos e vou analisar", afirmou o oficial.

Peças da aeronave que sobraram passarão por perícia em centro de análise da FAB em São Carlos. Uma equipe do Seripa foi nesta manhã ao heliponto de onde o helicóptero partiu em Osasco para conversar com técnicos da manutenção e buscar a documentação da aeronave. Ainda não se sabe a altitude em que o helicóptero voava quando caiu.

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